segunda-feira, 12 de maio de 2014

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

               Antes de olhar nossa postagem, convidamos você a assistir o documentário feito pelo History Channel. Nele, explora-se o interior terrestre e estão presentes muitos tópicos interessantes que você tem que assistir:


              Como é possível saber algo aprofundado sobre as camadas geológicas situadas abaixo de nós e de camadas mais profundas que vão até o centro da Terra? Através das perfurações temos a possibilidade de explorar apenas os primeiros quilômetros, de maneira direta. Nas camadas mais profundas, conseguimos apenas saber algo através das ondas sísmicas.
Imagem mostra mais ou menos como acontece a mudança de direção e velocidade de acordo com o meio de propagação, ou seja, camada.


                A propagação das ondas sísmicas varia de velocidade e de direção de acordo com as características do ambiente em que se propagam. O entendimento acertado do registro dessas ondas, nos auxilia para inferirmos módulos de velocidade e densidade nos diferentes meios do interior terrestre. Assim, podemos comprovar teses acerca do estado físico dos materiais que compõem as estruturas internas.

               Baseado nesses conhecimentos, analisando a refração e a reflexão de ondas sísmicas, a convenção define que temos três camadas principais da Terra, de acordo com o material que as compõem: a Crosta Terrestre (uma pequena camada muito delgada que reveste nosso planeta, o Manto (maior parte), e o Núcleo que se divide em dois: núcleo externo e núcleo interno. 





Crosta


               É a camada mais externa e fina da Terra, cuja espessura vai de 6 a 36 km em média. Onde há montanhas, temos a ocorrência do “alargamento” da crosta, que passa a ter até 65 km de espessura. Acredita-se que a Crosta Continental, juntamente com a parte mais externa do manto flutua sobre o material magmático, denso e quente, semelhante a uma pedra de gelo flutuando sobre um copo d’agua. Segundo esse princípio da Isostasia, que diz que as regiões continentais, menos densas, devem flutuar sobre o Manto denso. Segundo esse princípio as massas continentais, dessa forma, situam-se em sua maior parte abaixo do nível do mar.
               A Crosta Terrestre é composta por rochas, em outras palavras, são ligações naturais de um ou mais minerais. Há três tipos principais de rochas classificando-se de acordo com sua formação: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. Considerando-se a Crosta como um todo, 95% das rochas intrusivas compõem a família dos granitos e ficam na parte continental da crosta. Por outro lado, 95% das rochas efusivas têm origem basáltica e estão normalmente no fundo dos oceanos, na Crosta Oceânica. A Crosta Continental tem maior espessura que a Oceânica.



Manto 
                A parte que ocupa mais espaço no planeta é o Manto, com 80% de seu volume. Separa-se em Manto Superior e Manto Inferior. Fica abaixo da Crosta e vai até aproximadamente o ponto médio do raio terrestre, 2.900 km, e podendo atingir temperaturas de até 2000ºC. O Manto é relativamente homogêneo, composto principalmente por rochas ultra-básicas e proporciona condições ideais para a propagação de ondas sísmicas. É composto principalmente por silicatos de ferro e de magnésio. O manto terrestre possui duas partes, uma interna e outra externa. Sua principal diferença reside no fato de que suas temperaturas e composições físicas são diferentes. O manto superior tem menor temperatura e é pastoso, o inferior é mais quente e mais próximo do líquido. Por causa da gravidade e da pressão a que está submetida, a densidade do manto inferior é maior. 
               O Manto Superior inicia abaixo da Crosta Oceânica a 6 km de profundidade mais ou menos, e abaixo da Crosta Continental a 35 km, atingindo em seu fim até 400 km. Possui densidade de proximadamente 3,4 g/cm³ e, possivelmente, possui material predominantemente peridotítico, fornecendo magma para a construir a Crosta.

Magma, presente no Manto, ascendendo à superfície.

               O Manto Inferior, que se vai de 700 km até 2900 km, é uma parte do planeta que tem alterações na composição e fases mineralógicas. A densidade, a pressão e a velocidade de propagação crescem gradativamente de acordo com a profundidade.

               Há uma finíssima camada entre a crosta e o manto, denominada descontinuidade de Moho. Nela, acontece o derretimento de rochas e a solidificação do magma, que acabam por produzir rochas ígneas.

Esquema mostrando as descontinuidades de Gutenberg e de Moho, nas extremidades do Manto

               Há também outra zona intermediária separando o Manto do Núcleo, onde há um estado físico próximo do líquido e uma composição mineral que “dosa” alguns elementos do Manto e outros do Núcleo. É a chamada descontinuidade de Wiechert-Gutenberg. No Manto há as correntes de convecção, que são movimentos cíclicos e circulares que acontecem com o material que o compõe. Essas correntes são relativamente lentas, mas fazem uma pressão muito forte sobre a Crosta, causando fenômenos como o deslocamento das placas tectônicas, terremotos e vulcanismo.


Núcleo

               Mesmo sendo muito distante da superfície da Terra, o Núcleo também é alvo de estudos sismológicos. A composição do Núcleo foi, em termos, descoberta por meio de ligações entre experimentos de laboratório, com dados sismológicos. Dessa maneira descobriu-se que, ele tem, mais ou menos, 1/3 da massa da Terra e tem em maior destaque metais como ferro e níquel.

Podemos notar o núcleo da Terra brilhando na imagem, este está a mais ou menos 6000ºC.

               O Núcleo Interno começa a partir de 5200 km de profundidade, aproximadamente, e vai até o centro da Terra. Presume-se que seja sólido, devido ao aumento da velocidade da propagação de ondas sísmicas quando por ele passam. A temperatura é extremamente alta, mais ou menos 6 mil graus Celsius.
               O Núcleo Externo é a parte da Terra que fica entre o Núcleo Interno e o Manto. Composto majoritariamente por ferro, é líquido. Como no Núcleo Interno sabemos disso graças à sismologia. O Núcleo Externo é o responsável pelo campo magnético da Terra. Esse campo magnético é gerado pela movimentação do material do Núcleo Externo, que conduz eletricidade. Com isso, credita-se a inversão da polaridade magnética da Terra ao Núcleo Externo. 

Imagem computadorizada mostra como seria o interior da Terra em corte.


               No outro método de estudo do interior da Terra, são consideradas as propriedades físicas de cada parte do planeta.

- Litosfera: consiste numa placa de mais ou menos 70 km de espessura que sustenta os continentes e oceanos. A Crosta compõe a Litosfera, e consiste em sua parte exterior. As ondas sísmicas se propagam com facilidade nessa camada, pois é sólida e rígida. É ela que provoca a movimentação das Placas Tectônicas e os terremotos.

- Astenosfera: de baixa velocidade de propagação de sismos. Supõe-se que as rochas estão fundidas em parte. Por essa consistência, as ondas se propagam mais devagar nessa região do que em qualquer outra parte do mundo. É bastante heterogênea, indo até 700 km de profundidade, possui grandes variabilidades físicas e químicas. Sem o seu estado físico particular, as placas tectônicas da Litosfera não poderiam se deslocar.

- Mesosfera: área rígida, vai desde a astenosfera até a endosfera;


- Endosfera: (semelhante ao núcleo), possui três zonas distintas: endosfera líquida, interna e sólida.

Esquema mostra o interior da Terra estudado pelas duas perspectivas por nós apresentada.

- Por Lucas Flach

               Fontes:



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