Antes de olhar nossa postagem, convidamos você a assistir o documentário feito pelo History Channel. Nele, explora-se o interior terrestre e estão presentes muitos tópicos interessantes que você tem que assistir:
Como
é possível saber algo aprofundado sobre as camadas geológicas situadas abaixo
de nós e de camadas mais profundas que vão até o centro da Terra? Através das
perfurações temos a possibilidade de explorar apenas os primeiros quilômetros,
de maneira direta. Nas camadas mais profundas, conseguimos apenas saber algo
através das ondas sísmicas.
Imagem mostra mais ou menos como acontece a mudança de direção e velocidade de acordo com o meio de propagação, ou seja, camada.
A propagação das ondas sísmicas varia de velocidade e de direção de acordo com as características do ambiente em que se propagam. O entendimento acertado do registro dessas ondas, nos auxilia para inferirmos módulos de velocidade e densidade nos diferentes meios do interior terrestre. Assim, podemos comprovar teses acerca do estado físico dos materiais que compõem as estruturas internas.
Baseado nesses conhecimentos, analisando a refração e a reflexão de ondas sísmicas, a convenção define que temos três camadas principais da Terra, de acordo com o material que as compõem: a Crosta Terrestre (uma pequena camada muito delgada que reveste nosso planeta, o Manto (maior parte), e o Núcleo que se divide em dois: núcleo externo e núcleo interno.
Crosta
É a camada mais externa e fina da Terra, cuja espessura vai de 6 a 36 km em média. Onde há montanhas, temos a ocorrência do “alargamento” da crosta, que passa a ter até 65 km de espessura. Acredita-se que a Crosta Continental, juntamente com a parte mais externa do manto flutua sobre o material magmático, denso e quente, semelhante a uma pedra de gelo flutuando sobre um copo d’agua. Segundo esse princípio da Isostasia, que diz que as regiões continentais, menos densas, devem flutuar sobre o Manto denso. Segundo esse princípio as massas continentais, dessa forma, situam-se em sua maior parte abaixo do nível do mar.
A Crosta
Terrestre é composta por rochas, em outras palavras, são ligações naturais de
um ou mais minerais. Há três tipos principais de rochas classificando-se de
acordo com sua formação: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. Considerando-se
a Crosta como um todo, 95% das rochas intrusivas compõem a família dos granitos
e ficam na parte continental da crosta. Por outro lado, 95% das rochas efusivas têm origem
basáltica e estão normalmente no fundo dos oceanos, na Crosta Oceânica. A
Crosta Continental tem maior espessura que a Oceânica.
Manto
A parte que ocupa mais espaço no planeta é o
Manto, com 80% de seu volume. Separa-se em Manto Superior e Manto Inferior.
Fica abaixo da Crosta e vai até aproximadamente o ponto médio do raio
terrestre, 2.900 km, e podendo atingir temperaturas de até 2000ºC. O Manto é relativamente
homogêneo, composto principalmente por rochas ultra-básicas e proporciona
condições ideais para a propagação de ondas sísmicas. É composto principalmente por silicatos de ferro e
de magnésio. O manto terrestre possui duas partes, uma interna e outra externa.
Sua principal diferença reside no fato de que suas temperaturas e
composições físicas são diferentes. O
manto superior tem menor temperatura e é pastoso, o inferior é mais quente e mais próximo do líquido. Por causa da gravidade e da pressão a que está submetida, a densidade do manto inferior é maior.
O Manto Superior inicia abaixo da Crosta Oceânica a 6 km de
profundidade mais ou menos, e abaixo da Crosta Continental a 35 km, atingindo
em seu fim até 400 km. Possui densidade de proximadamente 3,4 g/cm³ e, possivelmente,
possui material predominantemente peridotítico, fornecendo magma para a
construir a Crosta.
Magma, presente no Manto, ascendendo à superfície.
O Manto Inferior, que se vai de 700 km até 2900
km, é uma parte do planeta que tem alterações na composição e fases
mineralógicas. A densidade, a pressão e a velocidade de propagação crescem
gradativamente de acordo com a profundidade.
Há uma
finíssima camada entre a crosta e o manto, denominada descontinuidade de Moho. Nela, acontece o derretimento de
rochas e a solidificação do magma, que acabam por produzir rochas ígneas.
Esquema mostrando as descontinuidades de Gutenberg e de Moho, nas extremidades do Manto
Há
também outra zona intermediária separando o Manto do Núcleo, onde há um estado
físico próximo do líquido e uma composição mineral que “dosa” alguns elementos
do Manto e outros do Núcleo. É a chamada descontinuidade de Wiechert-Gutenberg. No
Manto há as correntes de convecção, que são movimentos cíclicos e circulares que acontecem
com o material que o compõe. Essas correntes são relativamente lentas, mas
fazem uma pressão muito forte sobre a Crosta, causando fenômenos como o
deslocamento das placas tectônicas, terremotos e vulcanismo.
Núcleo
Mesmo sendo muito distante da superfície da Terra, o Núcleo também é alvo de estudos sismológicos. A composição do Núcleo foi, em termos, descoberta por meio de ligações entre experimentos de laboratório, com dados sismológicos. Dessa maneira descobriu-se que, ele tem, mais ou menos, 1/3 da massa da Terra e tem em maior destaque metais como ferro e níquel.
Podemos notar o núcleo da Terra brilhando na imagem, este está a mais ou menos 6000ºC.
O
Núcleo Interno começa a partir de 5200 km de profundidade, aproximadamente, e
vai até o centro da Terra. Presume-se que seja sólido, devido ao aumento da
velocidade da propagação de ondas sísmicas quando por ele passam. A temperatura
é extremamente alta, mais ou menos 6 mil graus Celsius.
O Núcleo Externo é a parte da Terra
que fica entre o Núcleo Interno e o Manto. Composto majoritariamente por ferro,
é líquido. Como no Núcleo Interno sabemos disso graças à sismologia. O
Núcleo Externo é o responsável pelo campo magnético da Terra. Esse campo
magnético é gerado pela movimentação do material do Núcleo Externo, que conduz
eletricidade. Com isso, credita-se a inversão da polaridade magnética da Terra
ao Núcleo Externo.
Imagem computadorizada mostra como seria o interior da Terra em corte.
No outro método de estudo do interior da Terra, são
consideradas as propriedades físicas de cada parte do planeta.
- Litosfera: consiste numa
placa de mais ou menos 70 km de espessura que sustenta os continentes e
oceanos. A Crosta compõe a Litosfera, e consiste em sua parte exterior. As
ondas sísmicas se propagam com facilidade nessa camada, pois é sólida e rígida.
É ela que provoca a movimentação das Placas Tectônicas e os terremotos.
- Astenosfera: de baixa
velocidade de propagação de sismos. Supõe-se que as rochas estão fundidas em
parte. Por essa consistência, as ondas se propagam mais devagar nessa região do
que em qualquer outra parte do mundo. É bastante heterogênea, indo até 700 km
de profundidade, possui grandes variabilidades físicas e químicas. Sem o seu
estado físico particular, as placas tectônicas da Litosfera não poderiam se
deslocar.
- Mesosfera: área rígida, vai desde a astenosfera até a
endosfera;
- Endosfera: (semelhante ao núcleo), possui três zonas
distintas: endosfera líquida, interna e sólida.
Esquema mostra o interior da Terra estudado pelas duas perspectivas por nós apresentada.
- Por Lucas Flach
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário